terça-feira, 17 de agosto de 2010

Um dia vc chega lá... ou não...



Se meu andar é tão hesitante e minhas mãos tão tremulas, ampare-me... Se minha audição não está boa e tenho de me esforçar para ouvir o que voce está dizendo, procure entender-me... Se minha visão está imperfeita e o meu entendimento está escasso, ajude-me com paciência... Se minhas mãos tremem e derrubam comida na mesa ou no chão, por favor não se irrite, tentei fazer o melhor que pude... Se você me encontrar na rua, não faça de conta que não me viu, pare para conversar comigo, sinto-me tão só... Se você na sua sensibilidade me vê triste e só, simplesmente partilhe um sorriso e seja solidário... Se lhe contei pela terceira vez a mesma "história" num só dia, não me repreenda, simplesmente escuta-me... Se me comporto como criança, cerque-me de carinho... Se estou com medo da morte e tento negá-la, ajude-me na preparação para o adeus... Se estou doente e sou um peso em sua vida, não me abandone, um dia você terá a minha idade... A única coisa que desejo neste meu final da jornada, só um pouco de respeito e de amor... Um pouco... Do muito que te dei um dia !!!

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Independentemente da nacionalidade, raça, cor ou condições financeiras, a natureza nos força a trilhar os mesmos caminhos percorridos por aqueles que nos antecedem. Se não houver a valorização dos méritos das pessoas mais velhas de nossa parte, nossos filhos estarão crescendo e sendo formados sob os mesmos conceitos, aos quais provavelmente nós é que seremos submetidos em alguns anos. Lembremos que podemos ser tratados pelos nossos jovens da mesma maneira que estamos ensinando-os a tratar os seus idosos.

Aqueles que souberem aproveitar do convívio com os mais velhos terão muito a aprender com seus conselhos. Pois estes, apesar de terem as forças tragadas pelos anos, vão continuar nos ensinando com a atitude humilde de permitir que sejam guiados ou até mesmo ajudados na sua higiene pessoal.

Com a riqueza acumulada ao longo dos anos, a presença dos mais velhos traz para os mais novos o tesouro daqueles que aprenderam a ver o mundo com os olhos do coração. Ainda que não tenham mais o mesmo vigor destes, nossos velhos detêm o conhecimento e a sabedoria que não são aprendidos em livros e estão sempre dispostos a partilhar tal riqueza.

Se não podemos mudar o conceito do mundo a respeito dos idosos, muito podemos fazer no nosso universo familiar. O respeito começa em casa.

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